Para quem ainda não sabe, a palavra KARAOKE, de origem japonesa é composta por duas palavras: KARA que significa “vazio” e OKE que significa “orquestra”. O costume tradicional é cantar em volta de amigos, tomando saquê em rodízio como forma de relaxar junto aos seus entes queridos.
Lá no Japão cantar para os amigos é um ato cultural, natural, onde não se julga, necessariamente a qualidade vocal de quem canta. Lá, os que gostam de cantar, mas não possuem qualquer habilidade para tal, são chamados de GIAN. Num "nível" acima estão os artistas de karaokês que se especializaram numa canção específica e apostam tudo nessa música para mostrar o seu talento. A esses dão o nome de OHAKO, que significa "18th", e é uma referência às 18 peças do kabuki. E por fim, os K-KING e K-QUEEN que são sem mais nem menos os reis do karaokê.
No Brasil, o karaokê ainda é visto por muitos com certa resistência, ou seja, entendem que é um lugar apenas para quem “sabe” cantar e acabam resistindo à curiosidade de conhecerem o local, o que é uma pena, pois karaokê é um excelente lugar para se fazer novos amigos, descontrair e se divertir, dentre outros benefícios que abaixo vou citar.
Claro que ao iniciar a freqüência num karaokê a vergonha e o receio de cantar mal, existe, mas isso é o que menos importa. Como disse de maneira muito feliz o nosso querido Cabral em sua entrevista para este blog, freqüentar karaokê é para muitos, terapia, uma vez que o ato de cantar desenvolve e desinibe as pessoas, ao ponto de se tornarem mais simpáticas e agradáveis no seu dia-a-dia, independentemente do trabalho que exerça. Isso aconteceu comigo, por isso me sinto à vontade para falar desse assunto e contar a vocês os frutos dessa desinibição.
Por muito tempo, trabalhei num segmento onde a minha concentração era total e trabalhava em média, 14 horas por dia. Isso, aliado ao meu caráter me fazia uma pessoa muito, mas muito séria, com poucos sorrisos, afastando até sem querer, novos contatos, novas amizades e o meu nível de “stress” era muito alto, ao ponto de meu médico aconselhar a procurar algo que me desse satisfação, prazer, fora do trabalho. Daí então, por sempre amar a música, comecei, de maneira muito tímida a freqüentar karaokês.
Gostei tanto de sentir a energia daquelas pessoas que me interessei em fazer cursos de canto e interpretação, onde na maioria das vezes, meus exercícios eram “sorrir”.. “gargalhar”. A princípio achava aquilo muito estranho, mas como aluna aplicada que sou...rs... atendia aos meus professores e com o passar do tempo, pude perceber a falta que o riso fazia em minha vida - e mais, a melhora que obtive em todos os setores dela -, quando aprendi a sorrir e até mesmo a soltar as minhas gargalhadas. Como se isso não bastasse eu passei a trabalhar numa outra área, onde atuo até hoje como palestrante e consultora e a desenvoltura dos palcos de karaokês contribuíram demais para a minha profissão hoje como palestrante.
Parte do meu trabalho, hoje, se dá junto aos RHs de empresas de médio e grande porte e numa de minhas visitas recentes, fui surpreendida com a declaração de uma gerente de RH, de que as festas que sua empresa promove nos finais de ano, em karaokês é para descontração e integração, claro que sim, mas também servem para analisar de maneira muito direta o comportamento do profissional diante do improviso, de uma situação onde ele é pego de surpresa quando pedem para que ele suba no palco e cante. Olha aí... essa eu nunca tinha ouvido!!!! Portanto, está mais do que provado de que karaokê é lugar para conhecer novas pessoas, se descontrair, treinamento para aceitação de um desafio e outras particularidades positivas!
Um outro preconceito que também existe é o de que diversas pessoas ainda enxergam o karaokê como um programa “brega”. Como se lá, só freqüentassem pessoas desinformadas, desarrumadas, feias e que não têm nada melhor para fazer . Ou então, um lugar extremamente competitivo, onde as pessoas que cantam muito se exibem e quem não canta tem receio de se expor. Como a própria palavra diz, é um PRÉ CONCEITO. E para acabar com ele, convido a vocês, GIANS (assim chamados pelos japoneses) ou simplesmente a vocês que buscam uma noite agradável com pessoas divertidas para conhecerem uma noite num dos bons karaokês que existem em São Paulo. Eu aposto que você vai aceitar o desafio e deixar fluir a emoção de cantar. Sua alma vai lhe agradecer!!!!!
Abraços a todos,
* Bacharel em Letras e em Direito – Especialista em Direito do Consumidor - Palestrante e Consultora para Assuntos de Empregabilidade da Pessoa com Deficiência... e karaokista há 10 anos!!!!
As fotos aqui publicadas são de arquivo pessoal da articulista. Em uma delas faz dueto com sua filha Natália di Maio. Outra retrata uma pequena amostra de alguns amigos de sua grande rede de ralacionamentos. Uma foto especial mostra Mara di Maio em uma apresentação em teatro. Mara di Maio, também, aparece cantando com a marca DoReMi Karaokê ao fundo.